domingo, 15 de dezembro de 2013

A descoberta dos sábios


Em reflexão, recorde aquele caminho que você percorreu sem sucesso, reviva as decepções e contratempos, junte as mágoas e forme uma nova questão: Por que fui tão insistente e complexo?

Por vezes, sofremos demasiadamente, sem saber o que realmente colheremos se continuarmos a plantar daquela semente. Ao final, descobrimos o quanto de energia gastamos com algo que não nos trouxe felicidade, mas que nos trouxe belas lições.

Insistir demais, nem sempre vale a pena. Prosseguir sem mudar é em vão. O que te faz evoluir não é estabilidade, mas o que você faz para manter-se de pé. A mágica está na manobra, na desenvoltura, no reviravolta que se faz para prosseguir.
Lembra daquela vez que você insistiu e não conseguiu? É, talvez a vida estivesse te chamando para a mudança, e nem percebeste.

Talvez um grande erro humano seja insistir em longos caminhos e contentar-se apenas com o prêmio final. Esquecemos que é de pequenas coisas que vivemos, são os pequenos gestos que abrem os mais sinceros sorrisos.

Em suma, descobrir o que é felicidade é para os sábios. Se você é daqueles que buscou-a até hoje e ainda não a encontrou, experimente olhar para o que não se pode comprar, o que não se pode prever e o que é difícil de explicar.

Amor. Amor. Amor.

(FERRARI, Jaqueline 2013)

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sobre esse chão...




Eu já conheço esse chão...nele, já pisei, o senti, corri, voltei, enterrei sonhos, desenterrei, joguei-os ao vento, recolhi e os plantei novamente... Das noites e das lágrimas derramadas, guardei a lembrança de que nada foi em vão. Se hoje estou de pé é porque aprendi a cair, aprendi a me machucar menos, me equilibrar com uma perna só e caminhar de várias outras formas. Aqui, nesse chão, eu vi gente indo e vindo, o tempo passou e a idade veio, o vento soprou e carregou minhas certezas.

Hoje, eu só agradeço ao tempo, ao vento... Tudo o que veio e foi, mudou esse chão, deixou novas pegadas, molhou, lavou, secou... Enquanto caminho, recordo o quanto esse chão, essa estrada, essa vida, já me montaram e desmontaram, já me trouxeram o inferno e o paraíso em um só céu... e eu ainda quero mais: eu preciso desse chão para continuar ensinando aos meus pés o quanto é possível ser de formas diferentes, de cores diferentes, intensidades diferentes...

Viver pede diferença.


(FERRARI, Jaqueline 2013)

sábado, 27 de julho de 2013

I'ts time to put it up...




Nem sempre quando abrimos a janela o céu está límpido e azul. O tempo nublado e cinzento vem logo após os dias ensolarados. E, de certa forma, aprendemos a gostar das nuvens. Nos convencemos de que todo tempo fechado uma hora há de desaparecer e dar lugar ao sol.

O bom da vida é aprender tudo o que ela nos oferece sem nos prender em fórmulas... deixar que o vento sopre e nos ensine mais uma vez a lição de encarar os momentos como quem acabou de chegar ao mundo: em tudo há uma nova descoberta.


(FERRARI, Jaqueline, 2013)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

É que amor, é assim...


No amor cabe bem mais que um sentir... Nele, cabe saudade, felicidade, mas também cabe angústia, cabe rancor. É que amor é assim: você enterra, vive o luto, acha que morreu, passou, acabou. Contudo, ele volta. Ah!... ele volta feito um vendaval, atirando tudo no ar, mostrando que nem o tempo, nem novos ventos, levam para longe o que restou. Quando é amor, minúsculos vestígios do passado são o suficiente para manter os sonhos vivos. E não há nada que os desfaça, nem o veneno do rancor, nem a ausência do perdão. É como um vulcão, que fica ali, desativado, e qualquer mínimo estímulo é capaz de reacender as chamas, fazendo encobrir toda a nossa vida com um turbilhão de cinzas do passado... São novidades antigas, que nunca deixam de nos impressionar. É que amor, é assim...indevido, inesperado, inexplicável.

(FERRARI, Jaqueline 2012)

domingo, 2 de outubro de 2011

A direção dos sonhos



Curvas, pedras, buracos e obstáculos no meio desse longo caminho...

Nunca gostei de desafios fáceis. Aprecio emoções fortes, e sem grandes desafios, é impossível vivê-las...
Todavia, essa estrada que trilho não vem cuidando bem de mim. Às vezes eu mesma me maltrato, só para anestesiar o tombo que virá logo em seguida. Cair faz bem demais! Estabilidade não é a palavra da vida de quem crê nos próprios sonhos e segue, todos os dias, o caminho para alcançá-los... Nesse caminho, todo esforço nunca é o bastante. As vitórias vêm acompanhadas de novas metas envolvidas pela intensa ânsia humana de viver mais, viver em paz, viver sem querer nada além dos sonhos guardados no peito e a incansável batalha para realizá-los.
Do baixo ao alto, percorro a curva da estrada em um só segundo, me guiando para onde o coração mandar. Se as flores que surgirem cheirarem alegria, é sinal de que tomei o rumo certo, mas sempre sabendo que o certo uma hora tornar-se-á errado...
E não há nada de mal em estar no caminho errado, desde que nunca seja tarde para voltar e mudar a direção.


(FERRARI, Jaqueline 2011)

ufa, eu voltei a escrever! :)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

The First Time


Minha vida sempre funcionou como um circuito elétrico defeituoso. Às vezes, ela está extremamente energizada, um gira-gira incessante, mas se, de repente, alguma função se modifica, levo um tremendo choque e me atiro ao chão. Então, pára tudo de vez.
Assim aconteceu naquele dia.
O vento soprou para dentro da janela empurrando a cortina e também o sentimento de fúria que me atormentava. Era a chegada de novos ares, novas cores, novos amores.
A chuva que caía e molhava tudo lá fora também viria a me encharcar de lágrimas e levemente lavar meus tormentos. Fugindo de uma desastrada paixão mal resolvida, ali estava eu, prestes a nunca mais reviver o desgosto de não ser correspondida. A alternativa que me cabia naquele momento era me esconder atrás do próprio rancor para, ao menos tentar impedir que novos afetos me afligissem. Ah, os afetos! Cheguei a odiá-los. Pendurei-os na parede e fiz um tiro ao alvo. Por um instante, pensei que fosse possível acertá-los por completo, impedindo que voltassem a me torturar. Mas aquele impedimento disfarçado não possuía efeito algum. Bastou uma única frase para que um longo diálogo se arrastasse até o silencioso final da madrugada, beirando o amanhecer.
- Como vai o seu fim de semana chuvoso?
Aquele poderia ser qualquer outro fim de semana, como todos aqueles outros em que o domingo é pavoroso, tedioso, desastroso. Estou falando dos domingos em que, a cada minuto que percorre o relógio, mais e mais você se consome com o pensamento de que a segunda-feira se aproxima. Haja fôlego para aguentar tanta tortura todo santo fim de semana! Mas, aquele não era um fim de semana desses em que o ócio conseguira me arrastar. Naquele dia, a chuva regou os insistentes pensamentos desesperançosos que regiam minha mente e, ainda abriu uma estrada bem no meio do labirinto em que me perdera.
Pensamentos soltos, mente liberta, caminho liberado e, então, o terreno se encontrava novamente fértil para que brotasse ali, um novo afeto. Era a chance de fazer acelerar outra vez aquele coração em que as cicatrizes cobriam toda a superfície e ainda retardavam seu movimento.
Subitamente, passei os olhos sob o relógio. As horas haviam decolado e voado até o surgir dos primeiros raios de sol. O céu já não era escuridão, dali para frente só amanheceria, de modo que, eu e você, jamais seríamos solitários andarilhos. Aquele dia, era o primeiro dia. E mais tarde diríamos que aquele foi, somente, nosso primeiro dia.

(FERRARI, Jaqueline, 2011)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A culinária da vida.

Ame um pouco de tudo o que te cerca e gradativamente aumente esse amor ao longo dos dias. Não há erro. Amor é fermento sem validade: quanto mais se mistura á massa da vida, mais ela cresce e chega perto, mas muito perto, da receita perfeita. E então, basta um pouco de tempo e outros ingredientes fundamentais para que se venha á tona o sucesso na culinária da vida.

(FERRARI, Jaqueline 2010)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vida, segredos e presentes.

Quem procura entender os segredos da vida vira e mexe tropeça nos mesmos obstáculos.
Nunca sabemos aonde deixamos nosso último pensamento, nem ao menos adivinhamos quanto tempo ainda resta para esse imenso sonho chamado vida acabar.
Ainda havemos de nos confrontar com o sentimento mais simples de se sentir, no entanto, extremamente perplexo de explicar. É que amar é mutante, é como olhar o céu durante um dia de verão: o sol brilha de manhã, as nuvens se formam ao meio dia e de tardezinha cai aquela chuvinha para molhar o astral. É que amor nunca é de um modo só. Pode ser amor raivoso, outra hora bondoso, sincero e grato, cruel e platônico.
Difícil mesmo é descobrir se amor morre ou fica soterrado na alma...Mas aposto que se eu desenterrasse tudo o que há guardado em mim, no mínimo descobriria que investigar isso é bobagem. Amar é presente da vida e enquanto eu viver, quero que amar seja mesmo um mistério e que esse sentimento fique por aqui, perto de mim, intocável, indecifrável.

Assim como o amor, todos os tesouros que colhemos vida a fora devem ser presentes divinos ou até mesmo recompensa da bondade que um dia plantamos.

(FERRARI. Jaqueline 2010)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Parecia tudo tão simples...
mas o vento insiste em avacalhar tudo o que é estável.
E enquanto isso, os sonhos falam mais alto, gritam, insistem, sobrepõem nossos planos de estabilidade.
Assim é conosco, assim é com todos os outros.
Estou sujeita ao tempo, às chances, ao soprar da vida...e onde quer que ela me leve, irei sem temer.
Não importa se estarei só,
quero ver o que o mundo tem para mim.
E assim sigo com meus sonhos,
lacrados em sete chaves,
para que ninguém consiga os corromper.


(FERRARI, Jaqueline 2010)

sábado, 10 de abril de 2010


Há dias em que o sol brilha logo de manhã, nos acorda com sua luz, trazendo alegria e vontade de viver.
Há dias em que a chuva chega de repente e nos obriga a procurar um refúgio. A paisagem se torna cinza, molhada e apagada.
E há os belos dias em que o sol e a chuva se combinam desenhando cores no céu.
Não há quem passe por um arco-íris sem o perceber.
Ele desperta a doçura e serenidade que se abriga em cada ser, mesmo dos que fingem ser impassíveis.

Dentro de cada um de nós, há um forte e um fraco, um doce e um amargo, um bem e um mal.
Se soubéssemos aonde cada um deles se esconde, poderíamos optar por ser um só. Mas não há outra alternativa: ser humano é ser dois extremos dentro de uma só alma.

(FERRARI, Jaqueline 2010)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


Meu destino é vagar pelos cantos
Caçando encantos aonde não há
Perdendo tempo na procura de me encontrar

Meu paradeiro é engatar qualquer roteiro
Pegar estrada sem data para voltar
Eu posso seguir por esse mundo inteiro mesmo sem saber me guiar

Meu caminho é rumar qualquer trilha
Traço os planos e os mudo quando quero
Eu tenho o futuro em jogo e sigo sem pressa para alcançar meu lugar

Só Deus sabe aonde vou chegar.

(FERRARI, Jaqueline 2010)

Fazendo música com os futuros psicólogos :)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Imprescindíveis aceitações


Estive pensando nos sentimentos e envolvimentos humanos.
Por que depositamos tanta esperança no próximo?
Sabemos que o ideal não existe, que a mente o cria e logo em seguida nos apresenta a decepção ao percebermos que sua existência só é possível dentro dos panoramas imaginários.
Certamente, atravessamos o caminho da ilusão ao procurarmos nosso “porto seguro”. Objetivamos encontrar no outro o conforto e a segurança que sozinhos não somos capazes de nos oferecer. Talvez se tentássemos nos contentar com o que temos e somos não nos decepcionaríamos tanto, nem ao menos nos magoaríamos ao descobrir que milhares de pessoas apresentarão as mesmas, ou até maiores imperfeições que as nossas.
Sábio é quem reconhece que o amor só encontra campo para florescer no momento em que todos os detalhes cruciais para o início de um envolvimento são deixados de lado. Quando aceitamos os defeitos e os erros do próximo, não estamos mais admirando sua imagem, mas sim, sua essência de humano, afinal, assim como nós, os outros também são seres errantes e possuidores de uma grande carga de arrependimentos. Devemos saber que adaptar-se ao próximo é essencial para o cultivo de um relacionamento e, não necessariamente de um relacionamento amoroso, pois da mesma forma, uma amizade também necessita de adaptações e aceitações.
As divergências existem e, sejam elas grandes ou pequenas, sempre farão parte das relações. Aceitar a diferença do próximo é algo imprescindível para ter bons relacionamentos e provocar a admiração dos outros. Portanto, deixe de lado aqueles mesquinhos preconceitos, tente olhar e não julgar por padrões já concebidos.

Talvez a melhor forma de ser feliz é dar uma chance para as oportunidades que você vive menosprezando. É extremamente difícil encontrar a chave da felicidade quando estamos cegos de preconceitos.

(FERRARI, Jaqueline 2010)

domingo, 17 de janeiro de 2010

Bagagem de memórias

As pessoas vivem em busca do seu bem-estar: desejam, sonham, acumulam bens materiais, desesperam-se para alcançar seus ideais, correm atrás da vitória e passam dias planejando meios de adquirir o status necessário para que a sociedade os julguem importantes. Será mesmo que isso te trará felicidade? Enquanto você planeja os melhoramentos do futuro e previne-se para ter uma longa vida, a oportunidade de ser feliz agora fica para trás. Afinal, você quer viver por mais tempo ou quer viver mais o seu tempo? As vezes é preciso acrescentar um toque de intensidade em nossa rotina para enxergar que a vida é uma coleção de momentos irrepetíveis.

Amanhã você será apenas uma bagagem de memórias. Você viveu bem o hoje?

(FERRARI, Jaqueline 2010)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Seria mais fácil viver sem preocupar-se com o que o amanhã nos reserva. Seria incrível se conseguissemos dormir todas as noites sem antes lembrarmos dos afazeres do amanhã. E mais fascinante ainda seria se os homens pudessem libertar-se facilmente das injúrias passadas e assim viver o presente sem torturar-se com preocupações e arrependimentos.

E não existe simplicidade nenhuma em viver. Na medida em que envelhecemos nos complexamos, acumulamos lembranças e fazemos infinitos planos. Dentre todas as precauções, a mais importante é não deixar que o tempo passe em vão. A vida é hoje, aqui e agora.

(FERRARI, Jaqueline 2009)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ora, os males que te acometem só você mesmo pode os afrontar. Encare os fantasmas e livre-se deles. Grite-me quando precisar, mas não faça isso sempre: só sua força pode trazer-te a vitória, eu não lutarei no seu lugar.
O psicólogo é apenas um guia para a libertação.


* Troca de ideias durante a madrugada sempre rendem algum conselho ou início de atuação terapêutica. E assim sempre será, alguém mais está tentando se libertar?

(FERRARI, Jaqueline 2009)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Processos vitais

Por aqui o tempo não para, só dispara incertezas e medos importunos.
Contra todas as marés de estresse surgem as resistências.
O momento não é só de tensão, mas sim de extensão: os desequilíbrios ativam os mecanismos de assimilação e acomodação. Esquemas são criados e modificados.
Após a adaptação contemplamos a equilibração... e não demora muito para o processo reiniciar:

desequilibrar, equilibrar, desequilibrar, equilibrar, desequilibrar, equilibrar, desequilibrar...

E é incrível como o fim de semestre universitário intensifica tal processo.

(FERRARI, Jaqueline 2009)


Nota: Quem já leu Jean Piaget saberá exatamente do que estou falando.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Os fins são recomeços.


Ansiava que a vida fosse um livro. Poderia reler os melhores trechos, riscar frases inúteis e rasgar capítulos inteiros. Grande utopia minha!
Não demora muito para a realidade me revirar e trazer a lucidez. Dessa vez, me pediu que descartasse as páginas viradas e continuasse a rumar sem temer o fim. E assim eu fiz. Severamente apaguei-me e pude contemplar um minuto de dor. As perdas me corroeram até que eu chegasse ao precipício e encarasse o fim. E nada melhor que um final para reerguer-se, planejar o caminho e subir novamente a montanha dos sonhos.

Os fins são recomeços.

(FERRARI, Jaqueline 2009)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Di[vagações] de novembro

Avidamente, procuro abster-me dos tenebrosos fantasmas que alojam-se em meus conteúdos memoriais.
Só existe uma saída: afrontá-los.
Deixamos de nos assombrar quando digerimos os conteúdos que são capazes de ressignificar mentalmente os males do passado, os pesadelos vividos, as tentativas frustradas.
Certamente, a felicidade só é alcançada quando desmemorizamos os impasses do passado e percebemos que o tempo aponta para frente.
Sabemos que a história é irreversível, irrepetível, irrefutável... mas, insistimos em usá-la como definidora de nossos atos. Se algo deu errado, desistimos de tentar novamente. Somos vulneráveis ao fracasso. Abrimos mão de sonhos por uma simples derrota ou mesmo por acomodarmo-nos em não lutar para realizá-los.

O drama humano sobrevive por deixarmos nos assombrar pela própria memória.

(FERRARI, Jaqueline 2009)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009


Você pode traçar uma rota. Pode escrever os planos todos no papel e calcular minuciosamente a distância que percorrerá e cada curva que te consumirá maior atenção durante o caminho. Antes de partir, fará infinitos projetos, levará dias para pegar estrada até que, finalmente, se julgará preparado para seguir.
Basta iniciar o trajeto para perceber que as eventualidades aparecem em total desacordo com todos aqueles tolos planos. São sempre as surpresas e imprevistos que nos fazem desequilibrar tanto em tão pouco tempo percorrido. Concluirás um terço do trajeto em total desapego das regras e metas que planejou cumprir. Não há nada que te faça voltar, é seguir em frente ou parar. Uma dose de loucura adicionada à coragem que te impulsionou rumar tal caminho: é o que precisas para alcançar o que te pertence, a vitória que já é sua, só não consegue quem teme se arriscar para buscá-la.


(FERRARI, Jaqueline 2009)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009


O vento atento

soprando lento

vem me buscar

vai me levar aos braços teus

meu refúgio

meu abrigo

me dói tanto saber que só em pensamento

posso estar contigo.




(FERRARI, Jaqueline 2009)

domingo, 4 de outubro de 2009

Mecanismo de Autopreservação


Escapar da lucidez:
Ultimamente tem sido a melhor forma de defrontar o real.
Olhar e não pensar, ver e não reagir.
As imagens simplesmente atravessam o campo visual sem causar qualquer efeito.
É o não "importismo" tomando conta.
Tente ser capaz de ver as cores se misturarem e os sons se distorcerem sem ao menos se importar em saber se isso é normal. Não existe normal.
O mundo está caindo sobre você mas não precisas, necessariamente, sair do lugar. Deixe que ele caia sobre ti.

(FERRARI, Jaqueline 2009)
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Incessável Roda Gigante.


Meia noite e meia de uma sexta feira: horário e dia da semana propícios para um intermitente desabafo.
Agarrada ao cobertor, me conforto por encontrar-me exatamente aonde queria estar. Apesar de todo o cansaço provocado pelos afazeres dos dias antecedentes, sublimes lembranças me levam a juntar palavras e significá-las, introduzindo porcentagens de sentimento em cada uma delas.
É sempre na calada da madrugada que sintomas nostálgicos repentinamente me invadem. Fecho os olhos e consigo ver, mesmo que fora de foco, a imagem de uma garotinha com laços no cabelo e vestido rodado, ambos em tom de rosa claro. Mais parecia uma bailarina, que mesmo sem traçar qualquer movimento, despertava suspiros dos que a avistavam. Assim era ela: repleta de mimos e sempre protegida, cercada, impedida do perigo.
- Pena que um dia eles crescem. Já dizia mamãe.
Só hoje consigo parar e refletir alguns dos acontecimentos marcantes da longa caminhada que trilhei até o presente momento.
Entram em cena memórias das mudanças, das vitórias e das derrotas... inevitáveis ao longo do trajeto. Talvez eu saiba tão pouco da vida como quando usava laços no cabelo. A única convicção que tenho é da inexistência de estabilidade: Viver é cair e levantar, perder e ganhar, significar e ressignificar. Um trânsito de contrariedades, uma incessável roda gigante.
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(FERRARI, Jaqueline 2009)
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domingo, 20 de setembro de 2009

Funcionamento racional ativado: anuncio a invasão de uma rotina repleta de novas ideias que pouco a pouco me inauguram os mais diversos impasses. Até mesmo os números me renderam à dedicação. Há tanto tempo não sentia os ares da ansiedade e o tédio da insegurança. É hora de pôr a máquina em ação e não deixar que qualquer função se desajuste.
Seres humanos podem ser perfeitamente programados. Talvez o programa ao qual fui exposta tenha predeterminado a suspensão de efeitos afetivos. O fato é que não há tempo para os jogos sentimentais: as lágrimas secaram e até mesmo os sorrisos perderam o ar de sua graça.
Hora de funcionar.
Press play to start.


(FERRARI, Jaqueline 2009)
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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Caminhamos em busca do que não nos pertence.
Julgamos ser pouco o que temos e ansiamos fazer da vida uma peça a ser aplaudida por todos ao redor. Aprendemos os mais diversos truques e dotes enquanto ensaiamos, diversas vezes, as mesmas cenas. Improvisos são aceitos, mas os erros não: pode não ser a plateia inteira mas boa parte irá notar e criticar teus deslizes em cena. Por isso, decore as falas e encare as críticas com serenidade, ao invés de se esconder atrás da cortina.

(FERRARI, Jaqueline 2009)
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quinta-feira, 3 de setembro de 2009


A cada passo
um novo olhar me cerca
um novo vento me sopra
A cada dia
um novo rumo a seguir
um novo plano a traçar
O horizonte, antes tão distante,
agora tão próximo,
me faz brilhar o olhar.

Tomorrow, i will be there.

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“Plante hoje o que ontem a chuva te impediu de colher.”

(FERRARI, Jaqueline 2009)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Acreditar é para os fracos.

A realidade das paixões são fontes de ilusões. São elas, as malditas que nos atravessam, desvirtualizam as idéias sensíveis e nos levam a acreditar nos desejos possuidores do corpo.
Desejos atrapalham o pensamento, nos fazem acreditar. Não acredite!
Já dizia Descartes: É necessário duvidar. Só pode conhecer quem duvida.
Iludidos os que acham que o outro é responsável pelo que nos afeta.
A história é sua, o outro é apenas veículo para o que te afeta.


(FERRARI, Jaqueline 2009)

Créditos para a aula de TSP II novamente.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Afetos Digeridos


Somos seres do ressentimento, capazes de viver uma vida inteira presos a uma ideia, sustentando uma nostalgia interminável.
Ser feliz ou não, depende da nossa capacidade de digerir os afetos, de esquecer as perdas e transformar tudo o que um dia nos afetou em história.

(FERRARI, Jaqueline 2009)

*Inspiração: aula de Teorias e Sistemas Psicológicos II. Assunto: O que dizia Nietzsche sobre felicidade e ressentimento.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Caminhar

Sozinha seguirei.
Já é tarde, eu sei.
Mas os caminhos sempre chegam a algum lugar.
Eu posso perder o rumo essa noite,
mas uma hora o sol há de aparecer e me guiar.









espero pelo amanhecer.

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(FERRARI, Jaqueline 2009)
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009


Os dias se despedem sem piedade.

Por dentro, recheio de saudade. Por fora, disfarçada de felicidade.

E por fim, encontro perdidos, os sonhos que um dia eu pensei, que também fossem seus.

(FERRARI, Jaqueline 2009)
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